Compartilhar: o que nos torna humanos.

Hoje, minha filha Luíza compartilhou comigo um artigo maravilhosamente escrito que acaba de ser publicado na Scientific American de fevereiro de 2017 (ver aqui AQUI), cuja capa reproduzo abaixo.

O texto é um relato fascinante do antropólogo Herman Pontzer sobre muitos anos de pesquisa científica sobre a evolução do metabolismo humano e dos primatas em geral que culminaram num estudo realizado entre a comunidade Hadza, caçadores-coletores que vivem nas savanas da Tanzânia há milhares de anos. 

Seus resultados trazem diversas informações interessantes, mas destaco duas delas porque creio que são muito importantes para todos nós.

Na primeira destas conclusões do artigo os autores afirmam que seus resultados indicam que exercícios NÃO SÃO UM MÉTODO ÚTIL PARA COMBATER A OBESIDADE, embora sejam fundamentais para a manutenção da saúde. Sinto-me mais confortável com esta conclusão porque tenho defendido esta ideia há alguns anos, inclusive na cartilha que ajudei a criar e que desenhei para a Sociedade Mineira de Pediatria, a qual foi distribuída para todos os pediatras do Brasil pela Sociedade Brasileira de Pediatria (ver aqui: AQUI ). Ver abaixo a capa da cartilha, que é gratuita e pode ser baixada em PDF.

Reconheço que para a maioria das pessoas é difícil aceitar esta conclusão, porque ela é contrária ao senso comum dominante entre profissionais da saúde, professores de Educação Física, jornalistas e a população em geral. Há uma hipótese internacional de que as indústrias de refrigerante fazem questão de manter este senso comum para camuflar o efeito açúcar: onde chegam os refrigerantes, a obesidade começa a aparecer.

A segunda descoberta do grupo de cientistas, que reúne poesia e ciência, é que a principal característica evolutiva que permitiu a seleção natural da espécie humana É NOSSA CAPACIDADE DE COMPARTILHAR ALIMENTOS.

Por isso é terrível saber que há pessoas passando fome (ver Sudão) ou sem um lar (ver refugiados na Europa) ou desempregados e desesperados (ver Brasil) neste exato momento. Estas situações contrariam algo ancestral em nossos corações, o desejo de compartilhar aquilo que temos e podemos dividir.

Espero que um dia sejamos capazes de deixar nossas intolerâncias de lado e resgatar a principal característica da nossa humanidade: a solidariedade.

Compartilho com vocês este texto reconfortante, escrito por cientistas dedicados e lúcidos, que mostram que a ciência pode nos ajudar a encontrar caminhos.

Peço-lhes também que compartilhem, se gostarem e puderem.


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